O 99Food, serviço de delivery por aplicativo da 99, comunicou o encerramento de suas atividades de entrega no Brasil a partir do dia 28 de fevereiro. Conforme explica a empresa, os entregadores e restaurantes parceiros estão sendo comunicados sobre a decisão e recebendo orientações.

Com a mudança, a entrega deixa de ser feita pelos parceiros da 99 e passa a ser realizada pelos restaurantes; o aplicativo, no entanto, não será extinto. Essa decisão foi tomada há um ano e desde então o aplicativo vem trabalhando no processo de transição do modelo de negócio no país.

A 99 não foi a única empresa atuante no segmento de delivery a deixar o mercado, isto pois em março do ano passado o Uber Eats também encerrou sua operação no mercado brasileiro deixando de entregar pedidos de restaurantes, lanchonetes e outros estabelecimentos parceiros; a atuação passou a focar apenas em entregas pelo Uber Flash.

"Em busca de um modelo que entregue mais valor para seus parceiros e a própria companhia, a 99 iniciou, em janeiro de 2022, uma transição da 99Food para uma operação focada em marketplace, sem oferecer o serviço de entrega. Restaurantes e entregadores parceiros têm sido devidamente comunicados e apoiados durante essa transição. Hoje, parte da operação da 99Food ainda é realizada por meio de seus entregadores parceiros", disse a 99 em nota.

A mudança no 99Food causou preocupação nos donos de restaurantes, lanchonetes e hamburguerias, que temem o aumento da dependência dos serviços oferecidos pelo iFood. Em seu auge, a plataforma chegou a contar com cerca de 114 mil restaurantes cadastrados em 59 municípios brasileiros.

O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) pode aplicar uma dura multa ao iFood por constatar que a plataforma de delivery adota práticas anticompetitivas no Brasil. O conselheiro do órgão, Gustavo Augusto Lima, acusa a empresa de alavancagem anticompetitiva, vendas casadas, recusa de contratar, fechamento vertical e discriminação vertical.

Esse relatório ainda passará por votação entre os conselheiros da autarquia, por isso ainda não há um parecer sobre a situação do iFood junto à entidade. Em agosto de 2022 a Rappi, serviço de entrega por aplicativo, acionou o Cade acusando seu concorrente de ter descumprido uma medida preventiva das autoridades mantendo exclusividade com restaurantes.