Saiba o que causa e como tratar a Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC)
Data de Publicação: 31 de janeiro de 2023 09:33:00 Principal fator de risco é o tabagismo. A DPOC não tem cura, mas pode ser controlada com tratamento.2
Há nove anos, quando a aposentada Sônia Aparecida Ribeiro, 67 anos, recebeu o diagnóstico de Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC), ela tinha 22% dos pulmões funcionando. O primeiro sintoma foi a falta de ar, que a limitava para fazer atividades mais básicas do dia a dia. Trata-se de uma doença progressiva, que obstrui as vias aéreas e torna a respiração difícil, por isso a falta de ar ao realizar atividades simples do cotidiano é um dos sintomas mais comum.2
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a doença atinge aproximadamente 210 milhões de pessoas no mundo e é considerada a terceira principal causa de morte global segundo o documento GOLD (Iniciativa Global para Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica).5,6 No Brasil, em 2017, a DPOC causou cerca de 40 mil óbitos.6
Os principais sintomas são: falta de ar ao fazer esforços – que pode afetar atividades simples do cotidiano, como trocar de roupas ou tomar um banho –, pigarro, tosse crônica com secreção, que piora pela manhã. 1,4 “O tratamento faz você querer lutar”, afirma Sônia. Moradora da região do ABC paulista, São Paulo, ela conta que o tratamento é difícil, mas com dedicação e apoio médico é possível ter uma melhora significativa da qualidade de vida.
“Nós (grupo de pacientes com DPOC do qual Sônia faz parte) vamos para a praia todo ano. Andamos de caiaque, fazemos exercícios, fizemos uma palestra em Campinas-SP, temos um coral, isso te faz querer lutar”, relata.
O QUE CAUSA A DPOC
O principal fator de risco para DPOC é o tabagismo.2 O efeito da fumaça de cigarro nos pulmões, considerando a quantidade e o tempo de tabagismo, está diretamente relacionado à gravidade da doença. A DPOC tem início lento, mas pode evoluir de modo rápido para o estágio mais grave, levando à insuficiência respiratória e óbito.1
O pneumologista Dr. Franco Martins (CRM-SP 138476), gerente médico da GSK, biofarmacêutica multinacional que atua na área respiratória, alerta ainda para outros complicadores da doença.
“O cigarro e todos os outros tipos de fumo ajudam a piorar a doença, mas não podemos deixar de citar também a poluição ambiental, a queima de biomassa com as queimadas da lavoura e o uso de lenha para cozinhar. Todos esses fatores interferem e agravam o quadro de DPOC do paciente”.
COMO É FEITO O DIAGNÓSTICO
Para realizar o diagnóstico, os médicos se baseiam no histórico do paciente associado aos resultados dos exames físicos.5 “Como os sintomas podem não indicar o tamanho do dano respiratório, é fundamental que seja realizado um exame chamado espirometria, que serve para avaliar a capacidade ventilatória pulmonar”, explica Dr. Franco, especialista no assunto.
TRATAMENTO
Apesar de não ter cura, a DPOC pode ser controlada com tratamentos que retardam a progressão da doença e reduzem as complicações.4 Sônia comemora os resultados de anos de tratamento. “Eu fui goleira e numa partida recente eu ganhei! A equipe médica trata a gente com tanto amor que montou um pebolim humano para nós. Eu tenho medalhas e medalhas”, celebra.
Um avanço importante no Brasil foi a incorporação no novo Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas (PCDT) de DPOC, em 2021, de broncodilatadores de classes diferentes, ampliando as opções terapêuticas para os pacientes. O Ceará segue o protocolo federal e disponibiliza na rede pública um medicamento broncodilatador que é indicado para tratamento da doença.7,8
“O manejo correto desses medicamentos é muito importante. Realizar a técnica inalatória adequada para cada dispositivo é fundamental para garantir melhor aproveitamento da medicação. A fisioterapia e os exercícios físicos com orientação profissional adequada também são aliados do paciente”, reforça o Dr. Franco Martins.
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